ABAPORU
Foto tirada no MASP - junho/2019 |
Tarsila
do Amaral no ano de 1928 pintou o “ABAPORU”, presente de aniversário ao seu
esposo Oswald de Andrade, que segundo historiadores, não mediu esforços para
elogiar a obra da esposa, considerando assim, a melhor obra feita por Tarsila.
Para
alguns o “Abaporu” é a obra mais valiosa da arte brasileira e de grande
importância para o movimento antropofágico, que teve a obra como inspiração
para o manifesto da antropofagia, que tinha como objetivo e conteúdo absorver a
arte estrangeira daquela época e criar algo novo.
O
que representa o “Abaporu”?
A
palavra “Abaporu” vem do Tupi-Guarani “homem que come gente”.
Há
muitas interpretações e inspirações para a obra, que segundo a sobrinha-neta de
Tarsila do Amaral, Tarsilinha do Amaral, o quadro Abaporu é um autorretrato da
tia, chegando a esta conclusão através das características marcantes da artista,
desde a cabeça/face ao pé desproporcional a partir de uma visão pelo espelho,
segundo Tarsilinha.
Outros
acreditam que o Abaporu representa o homem do campo com os pés e as mãos
gigantes e a cabeça pequena, refletindo assim a falta de oportunidade para seu
desenvolvimento intelectual.
Cabe
aqui destacar que observando está grande obra, notamos as cores do Brasil. O
sol amarelado com um núcleo alaranjado, o céu azul, e o verde representado no
solo e no cacto. Assim, nota-se a valorização de Tarsila pelas cores nacionais,
dando através da obra, a oportunidade para a arte brasileira para uma visão
internacional.
O
“Abaporu” não se encontra em terras brasileiras, infelizmente.
Em
1960, Tarsila vendeu o quadro para o colecionador Pietro Bardi, fundador do
Masp, pois a vontade de Tarsila era que o quadro ficasse eternamente no Museu
de Arte de São Paulo, porém Bardi revendeu a obra a um colecionador, que logo
em seguida, optou em leiloar a obra, que foi arrematada por Eduardo
Constantini, empresário argentino.
Hoje
o quadro se encontra no Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires (Malba).
Em
2019, passei uma semana estagiando na capital paulista, e como ir para São
Paulo e não ir no MASP? Quase impossível.
Tive a oportunidade de apreciar grandes obras de Tarsila, na exposição
“Tarsila Popular” e dentre elas a grande obra “Abaporu”.